Diabetes: quando a cirurgia bariátrica é indicada, afinal?

O Brasil é considerado o segundo país do mundo em número de cirurgias. As mulheres representam 76% dos pacientes

Taxa de glicemia, diabetes

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de adultos com diabetes tipo 2 quadruplicou nas últimas quatro décadas, passando de 108 milhões de pessoas em 1980 para 422 milhões atualmente. No Brasil, a porcentagem de pessoas com a doença passou de 5% para 8,1% no mesmo período. Em 2014, foram 71.700 mortes causadas no país pela doença.

O diabetes tipo 2 ocorre quando o organismo de uma pessoa torna-se resistente à insulina, o hormônio que controla os níveis de glicose no sangue. O excesso de peso é um fator de risco importante para a doença. Em geral, a doença é controlada por meio da aplicação de injeções de insulina e de outros medicamentos. Mas, nos últimos anos, diversas linhas de pesquisa têm analisado o papel da cirurgia bariátrica ou metabólica, popularmente conhecida como redução de estômago, para o controle eficaz da doença em longo prazo.

Tanto que, uma diretriz assinada por 45 entidades mundiais, entre elas a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), publicada no primeiro semestre de 2016 na revista Diabetes Care, aponta a operação como uma opção a ser considerada no tratamento do diabetes tipo 2 para pacientes com índice de massa corpora (IMC) entre 30 e 35.

Entretanto, no Brasil, a diretriz do Conselho Federal de Medicina (CFM) indica o procedimento apenas para pacientes obesos (com IMC igual ou maior 35) e diabetes ou outras doenças associadas. Isso porquê, a maioria dos estudos observou benefícios da cirurgia bariátrica ou metabólica em pacientes com essas especificações.

Segundo Márcio Mancini, membro do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), que defende a recomendação do CFM, nenhuma cirurgia bariátrica – aprovada ou experimental – tem documentação robusta de eficácia e segurança em pacientes com IMC menor do que 35. “Não se pode extrapolar os benefícios vistos em obesos mórbidos para pessoas mais magras. Os riscos e resultados podem ser diferentes”, afirma o especialista.

Fonte: Veja.Com

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