Secretários devem deixar suas pastas antes do tempo previsto para concorrer as eleições

Governador definirá em reunião data de exoneração de auxiliares que disputarão eleições de 2018; ideia, diz ele, é “modular o começo de 2018” como prazo

O governador Flávio Dino (PCdoB) revelou ontem, em entrevista a O Estado, que deve realizar até o fim do ano uma reunião específica com o grupo de secretários que demonstram interesse em disputar as eleições do ano que vem.

Mais de uma dezena do atual corpo de auxiliares do comunista deve ser obrigada a deixar o governo para a disputa eleitoral. Serão candidatos a deputados federais ou estaduais.

Segundo a Lei Eleitoral, os ocupantes de cargos no primeiro escalão só precisam desincompatibilizar-se pelo menos seis meses antes do pleito. Nesse caso, o prazo finaliza-se em abril do ano que vem. O governador, no entanto, pensa em antecipar essa saída.

Seria uma forma de evitar – ou minimizar – possíveis acusações de uso da máquina a favor de candidatos governistas.

“Eu acompanho essa movimentação, porém, até agora, sem nenhuma interferência. É um assunto que nós não tratamos ainda. É claro que já mais para o fim do ano eu vou fazer uma reunião com esses pré-candidatos que já tiverem se manifestado, para discutir com cada um se serão mesmo candidatos, ou não”, declarou.

Segundo ele, o objetivo é “modular o começo de 2018” como data para a exoneração daqueles que confirmarem o desejo de tentar mesmo vagas na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa.

“Nós vamos definir o prazo, levando em conta obviamente o prazo legal, que é de seis meses antes, no caso o mês de abril. A partir daí, a gente deve modular o começo de 2018 para essas definições serem tomadas”, completou.

Legitimidade – Apesar de articular um saída precoce dos seus secretários que entrarão na disputa, Flávio Dino avalia que a “movimentação” daqueles que, mesmo ainda no governo, já buscam viabilizar suas candidaturas é legítima e faz parte do jogo político do Brasil.

“Há uma movimentação legítima de pré-candidatos, sejam atuais secretários, sejam atuais parlamentares, que já começam a se movimentar para a eleição do ano que vem e isso faz parte da política, tal como ela se desenvolve no Brasil”, destacou.

Ele ressalta, contudo, que o assunto ainda não foi tratado diretamente com os secretários-candidatos. “Nunca fizemos nenhuma conversa com esses secretários”, afirmou.

Homem forte do governador já até lançou candidatura

Principal auxiliar do governador Flávio Dino (PCdoB), o secretário de Estado da Comunicação e Assuntos Políticos, Márcio Jerry (PCdoB), antecipou-se a todos os prazos, saiu na frente de todos os colegas de governo e até já lançou sua candidatura. Ele disputará o cargo de deputado federal em 2018.

O ato ocorreu em Paraibano, em um encontro promovido pelo prefeito Zé Hélio (PT), no mês de junho (reveja).

Na ocasião, o comunista destacou que o grupo reunido na casa do aliado era o primeiro a saber oficialmente da sua pré-candidatura.

“Eu quero, em primeiro lugar, fazer o registro da importância desse momento e dizer a vocês que a partir de agora são cúmplices desta que é a primeira reunião que faço na condição de pré-candidato a deputado federal e que será inesquecível e daqui a vinte anos vou lembrar que foi em Paraibano, no dia dezessete de junho, na casa do Zé Hélio, que aconteceu esse momento”, disse o comunista.

Além de lideranças locais, participaram do evento os prefeitos de Mirador, Roni de Sousa (PCdoB); de Fortuna, Arlindo Filho (PDT); e de Nova Iorque, Mayra Guimarães (PSL). Todos devem votar no secretário.

Por conta da repercussão do caso, na época, Jerry chegou a negar que tenha se lançado candidato. Admitindo, contudo, que assumiu “a condição de pré-candidato” a deputado durante o evento.

“Não foi ainda um lançamento, o que será feito oportunamente. Mas na reunião assumi a condição de pré-candidato”, destacou.

Do Gilberto Léda com O Estado

 

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