Um dos maiores icebergs da história se desprende de plataforma na Antártida

Um iceberg de cerca de 5,8 mil quilômetros quadrados, um dos  maiores da história, desprendeu-se do segmento Larsen C  – um dos três da plataforma de gelo Larsen – da Antártida, informaram nesta quarta-feira, 12, os cientistas do Projeto Midas que vigiaram sua evolução.

Iceberg. A ruptura foi detectada pelo instrumento de satélite Aqua Modis da Nasa Foto: John Sonntag/Nasa/AP

Em um comunicado, os especialistas em estudos antárticos da Universidade de Swansea, no País de Gales, indicaram que o desprendimento aconteceu entre segunda-feira, 10, e esta quarta-feira, quando o iceberg se separou do segmento Larsen C do continente branco.

O iceberg, que deve ser denominado A68, pesa mais de 1 trilhão de toneladas. Segundo o Midas, a ruptura foi detectada pelo instrumento de satélite Aqua Modis da Agência Espacial Americana (Nasa, na sigla em inglês).

O desprendimento reduziu em cerca de 12% o tamanho de Larsen C e os cientistas advertem que o fenômeno transformará para sempre a paisagem da Península Antártica.

“Estivemos esperando este fato durante meses e nos surpreendeu o longo tempo que a fenda demorou para romper os últimos quilômetros de gelo”, explicou Adrian Luckman, do Projeto Midas.

O especialista apontou que “seguirão vigiando” o impacto que a fratura terá sobre a placa de gelo Larsen C e a evolução desse “enorme iceberg”.

“É um dos maiores registrados, e é complicado predizer seu futuro progresso. Segue formando agora um só bloco, mas é mais que provável que se romperá em segmentos”, afirmou Luckman, que opinou que parte do gelo “poderia permanecer na zona durante décadas”, enquanto outras “partes do iceberg poderiam seguir para o norte, para águas mais cálidas”.

Ainda que pese mais de 1 trilhão de toneladas, o A68 já estava flutuando antes do seu desprendimento, por isso que os cientistas não preveem que ocorra um aumento imediato do nível do mar.

Não obstante, o Midas lembra que Larsen C está agora em uma “situação vulnerável”, apesar de o desprendimento ter sido um “evento natural”, e sustenta que poderia sofrer o mesmo destino que a Larsen B, que se desintegrou em 2002 após um fato similar.

“Nossos modelos indicam que se manterá mais ou menos estável, mas qualquer colapso futuro ocorreria dentro de vários anos ou décadas”, apontou Luckman. Ele afirmou que não “tem conhecimento” que este fato esteja “relacionado com a mudança climática provocada pelo homem”.

Nos próximos meses e anos, acrescentou, a placa de gelo poderia “se regenerar gradualmente” ou “sofrer mais desprendimentos”, o que levaria ao colapso”. No entanto, a comunidade científica está dividia sobre esses cenários. /EFE

Do Estadão

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *