Protestos contra a corrupção e em apoio à Lava Jato se espalham pelo país

Fonte: UOL

Milhares de manifestantes protestaram neste domingo (4) em várias cidades do país contra a corrupção e a favor da Operação Lava Jato, que teve como principais alvos de crítica os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), além de “políticos corruptos” de forma generalizada.

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Os protestos foram convocados pela internet, por grupos como Vem Pra Rua e MBL (Movimento Brasil Livre), os mesmos que encabeçaram as manifestações a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT). Sem uma pauta única, os organizadores pediram, entre outras medidas, a rejeição às mudanças no pacote de medidas anticorrupçãoaprovadas pela Câmara dos Deputados, e o fim do foro privilegiado.

O presidente Michel Temer foi poupado, sendo alvo de críticas pontuais nas manifestações. Rogério Chequer, líder do movimento Vem pra Rua, afirmou que o grupo não defende a saída do presidente. “Não temos nenhuma evidência que seja suficiente para nós iniciarmos um processo mais grave que vai destruir o pouco de estabilidade que a gente conseguiu reconquistar “, afirmou.

Ele disse que o grupo “está de olho” em Temer e que o governo tem “coisas boas e coisas ruins”.

O protesto se espalhou em pontos importantes do país, como a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, a Esplanada nos Ministérios, em Brasília, a avenida Paulista, em São Paulo. Também há registros de manifestações na Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e no Amazonas.

Em São Paulo, os manifestantes se organizaram na avenida Paulista, próximo ao Masp (Museu de Arte de São Paulo). O ato começou aos gritos de “Fora Renan”. Enquanto o Movimento Vem pra Rua, um dos principais organizadores do protesto, executava o Hino Nacional, um grupo que pedia intervenção militar tocava o Hino da Independência.

No Rio, a concentração começou às 10h, próximo ao posto 5. Ao som do hino nacional, manifestantes vestidos com a camisa do Brasil gritam “Fora, Renan”, em protesto contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e contra as mudanças feitas no pacote anticorrupção.

“Estão chegando grupos de todos os lugares: Ministério Público, Igreja, a população como um todo. Queremos chamar a atenção para a pressão que a Lava Jato está sofrendo e para os congressistas, que estão tentando fazer lei para salvar a própria pele”, disse Adriana Balthazar, uma das coordenadoras do Movimento Vem pra Rua-RJ, ao Estadão.

Organizadores estimam 600 mil o número de presentes, enquanto agentes de segurança que acompanham o protesto calcularam extraoficialmente a adesão de até 400 mil. Três carros de som, de diferentes movimentos, convocavam a população para a passeata. O Centro de Operações da Prefeitura do Rio informa que está liberada a pista junto aos prédios da Av. Atlântica, entre o Forte de Copacabana e a Rua Xavier da Silveira, após interdição no trecho. A pista junto à orla segue fechada normalmente para a área de lazer.

O ato foi pacífico em Brasília e, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, cerca de 5 mil pessoas se concentraram em frente ao Congresso Nacional no pico da manifestação.
Em ação simbólica, manifestantes depositaram ratos de papel dentro do espelho d’água. “Porque é isso que eles são. Eles não nos representam”, afirma uma das coordenadoras do protesto do carro de som.
Em coro, as palavras de ordem também são direcionadas ao presidente do Senado: “Renan, cangaceiro, devolve meu dinheiro”. Por volta das 13h, o protesto em Brasília começou a dispersar.
Em Curitiba, cerca de oito mil pessoas, segundo a PM, e 50 mil, de acordo com a organização do protesto, estão em frente à sede da Justiça Federal para apoiar a Operação Lava Jato.
Já no Rio Grande do Sul, ao menos 300 pessoas se reúnem na Avenida Goethe, no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre. No município de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, o ato ocorreu em frente à Praça Dante Alighieri.
Em Campinas (SP), o protesto também focou em críticas ao senador. Outras cidades do Estado de São Paulo em que há protestos incluem manifestantes já começaram a protestar em Mogi das Cruzes, Indaiatuba, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Rio Claro, Araçatuba, Campinas, Franca e Bauru.

Entre as capitais, há concentração de protestos no Recife (PE), onde uma caminhada começou por volta das 11h na Praia de Boa Viagem. Além dos tradicionais bonecos gigantes, muitos carregam faixas e cartazes em apoio ao juiz Sérgio Moro e também críticas a parlamentares pernambucanos que votaram a favor do que eles consideram o “fatiamento e desvirtuação” do pacote anticorrupção proposto pelo Ministério Público Federal. No mesmo horário, uma manifestação começou em Belém (PA), em frente à Praça da República.

Em Belo Horizonte (MG), o ato acontece na Praça da Liberdade, região do centro-sul da capital, e reúne 8 mil pessoas. Faixas pedem a continuação das investigações e a aprovação das 10 medidas contra a corrupção propostas pelo Ministério Público Federal. Os organizadores do ato atacaram também o governador do estado, Fernando Pimentel (PT), investigado por corrupção no âmbito da Operação Acrônimo, da Polícia Federal. Uma foto do governador foi atacada com lama.

Em Manaus (AM), a concentração do ato aconteceu na Praça do Congresso, no centro da cidade. De acordo com a Polícia Militar do Amazonas, cerca de mil pessoas foram às ruas em protesto contra a alteração do projeto de lei “Dez Medidas Contra a Corrupção”. Também participaram do protesto 80 juízes, promotores e procuradores.

 

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