Weverton pode pagar preço alto por aliar-se a Josimar de Maranhãozinho e a grupos bolsonaristas


A pesquisa Econométrica trouxe um pacote de notícias ruins para o pré-candidato do PDT ao Governo do Estado, senador Weverton Rocha. Além da expressiva vantagem do governador Carlos Brandão (PSB), que lhe impôs uma distância de sete pontos percentuais, da sua condição estacionária em quase todas as pesquisas, e da ameaçadora sombra em que vem se transformando para ele o candidato do PSC, Lahesio Bonfim, a investigação da Econométrica revelou uma informação que pode efetivamente colocar sua pré-candidatura na rota de um desastre. O instituto perguntou aos eleitores se eles votariam num candidato apoiado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), chefe maior do partido do presidente Jair Bolsonaro no Maranhão. O resultado foi o seguinte: nada menos que 52,7% dos 1.468 entrevistados responderam que não votariam de jeito nenhum; 23,2% disseram que isso não influenciaria; 13% poderiam votar nesse candidato e apenas 4,5% disse que com certeza votariam nesse candidato. Ou seja, sólida maioria dos entrevistados, que estatisticamente pode ser vista como a maioria do eleitorado maranhense, reprova duramente a guinada do pré-candidato do PDT na direção da direita bolsonarista, da qual Josimar de Maranhãozinho é expoente maior.

Ao avaliar esse dado trazido à tona pela Econométrica, o jornalista Gilberto Leda, cujo blog responde pela contratação da Econométrica nessa medição da corrida ao Governo do Estado, chegou à conclusão de que, em vez de ajuda-lo, o apoio de Josimar de Maranhãozinho pode se transformar num fardo muito pesado para o senador Weverton Rocha. Um exame mais apurado de tal situação não deixa dúvidas de que o pré-candidato do PDT pode ter cometido um erro político com poder para embaraçar sua caminhada rumo ao Palácio dos Leões. Afinal, além de ser um dos testas-de-ferro da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Maranhão, Josimar de Maranhãozinho tem uma trajetória política marcada por controvérsias. Entre as nódoas que mancham sua carreira, o chefe maior do PL enfrenta a acusação, feita pelos Ministérios Públicos estadual e federal, com apuração das Polícias Civil e Federal, de ser o cabeça de um esquema de desvio de dinheiro público nas áreas da educação e da saúde, num conluio com prefeituras. O parlamentar nega, insinuando, sem muita firmeza, tratar-se de perseguição política.

Weverton Rocha não construiu essa aliança por acaso. Ele sabia exatamente com quem estava se aliando e os riscos políticos e eleitorais desse passo. Calculou que sua relação com o bolsonarismo, cujo nível ainda não está muito claro, mas ganhou forma num movimento que batizou de “Unidos pelo Maranhão”, incluindo apoio total à pré-candidatura do senador Roberto Rocha (PTB) à reeleição, seria o caminho para embalar o seu projeto de poder. Além da sua eleição para o Governo do Estado, esse projeto tem também como foco impedir a eleição do ex-governador Flávio Dino (PSB) para o Senado – uma exigência do Palácio do Planalto, que vai jogar pesado pela reeleição do senador Roberto Rocha.

A pesquisa Econométrica sugere que o senador Weverton Rocha cometeu grave erro de cálculo político. Afinal, o levantamento foi feito muito depois de ele ajustar os ponteiros com Josimar de Maranhãozinho, dando-lhe o privilégio de indicar o seu companheiro de chapa, o deputado estadual Hélio Soares, um dos “graúdos” do PL no estado e sem maior expressão política nem cacife eleitoral. A contra partida será o apoio dos aliados de Josimar de Maranhãozinho – supostos 40 prefeitos, cinco deputados estaduais, quatro deputados federais, incluindo ele próprio, e uma penca de vereadores. Nos bastidores, porém, corre que parte dos prefeitos – a exemplo de Rigo Teles (PL), de Barra do Corda – decidiu apoiar o governador Carlos Brandão, enquanto outros tendem a apoiar Lahesio Bonfim. Há quem veja risco de debandada.

Político jovem, inteligente, ambicioso e forjado as entranhas do PDT maranhense, o senador Weverton Rocha certamente avaliou os prós e os contras. Os números da Econométrica indicam que ele pode ter calculado mal e pode pagar um preço político muito elevado por esse movimento.

Repórtertempo

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